Marvel em modo furtivo: onde foram parar os anúncios bombásticos (e a emoção)?

Era uma vez, não muito tempo atrás, que a Marvel Studios era a rainha absoluta da Comic-Con. Cada painel no lendário Hall H era um evento por si só, um desfile épico de novidades que deixava os fãs em polvorosa, com a promessa de novos filmes, séries e a expansão de um universo sem limites. Lembra daquele frenesi de “O que vem por aí?” que virou a marca registrada do estúdio e o ápice do hype nerd? Bons tempos.

Avancemos para 2025 e a realidade é outra. Fontes internacionais como Variety, Deadline e ComicBook.com batem o martelo: a Marvel Studios não terá um painel de grande escala no Hall H da San Diego Comic-Con este ano. Onde foi parar aquela magia? Aquele ar de mistério e antecipação que nos prendia? A promessa de “menos é mais” está no ar, mas por enquanto, parece que “menos é… menos” em termos de entusiasmo e anúncios bombásticos.


A fadiga de Super-Herói é real? E a Marvel, o que faz?

Vamos encarar: a “fadiga de super-heróis” é um termo que virou pauta constante em veículos como The Eagle e MovieWeb. Muitos atribuem a isso uma queda na qualidade e o senso de “mais do mesmo” que se instalou forte depois do épico “Vingadores: Ultimato”. O público está exausto de um fluxo constante de conteúdo mediano, com “plots repetitivos” e “roteiros engessados”, que nos forçam a acompanhar cada série e filme para não perder o fio da meada. Convenhamos, não é fácil ser fã da Marvel hoje em dia sem um cronograma e uma boa dose de paciência.

Diante disso, a “nova” estratégia da Marvel pode ser vista como uma admissão de culpa, ou pelo menos um reconhecimento de que algo precisava mudar. Kevin Feige já deu a entender que o estúdio precisava “respirar” e focar na qualidade. O próprio CEO da Disney, Bob Iger, mencionou a necessidade de reavaliar o volume de conteúdo para cortar custos e, supostamente, melhorar a qualidade (informação do The Hollywood Reporter).

O adiamento de “Avengers: Doomsday” para dezembro de 2026 (confirmado pelo Deadline) é um exemplo claro dessa desaceleração. A ideia é dar tempo para os fãs e, talvez, para a própria produção. E o cancelamento do Hall H em 2025? Isso não é só um detalhe. É a joia da coroa da estratégia de “silêncio”. É uma manobra para gerar “mistério” e fazer com que a próxima grande revelação seja realmente impactante, ou é apenas um sinal de que não há tanto para anunciar após uma fase de produções com recepção mista? A gente aqui no Pipoquei fica com a pulga atrás da orelha.


Ainda existe esperança para o MCU?

Apesar da fadiga, a demanda por conteúdo Marvel ainda existe (segundo Parrot Analytics), mas com uma condição clara: os fãs querem “personagens amados e histórias bem feitas”. Não basta entregar qualquer coisa. Para reacender a chama, a Marvel precisa investir pesado em roteiro, dar mais liberdade criativa aos seus diretores e focar na profundidade dos personagens, evitando a “fórmula” que gerou o cansaço.

Então, fica a pergunta que não quer calar: a Marvel está em modo de recuperação, se reorganizando para um retorno triunfal, ou em modo de hibernação, apenas escondendo os problemas por trás do silêncio? Será que essa “pausa” e o novo foco em qualidade vão salvar o MCU do seu próprio gigantismo e da famigerada “fadiga de super-heróis”?

Aqui no Pipoquei, estaremos de olho, esperando para ver se essa fumaça branca trará um novo papa no universo Marvel… ou só mais do mesmo CGI sem alma.